domingo, 1 de novembro de 2009

Minhas aventuras pela literatura latino-americana


Até bem pouco tempo atrás, meu conhecimento da literatura latino-americana resumia-se a Gabriel Garcia Márquez. Desde que fui apresentada aos maravilhosos "Cem anos de solidão", fiz como todos os apaixonados: corri atrás de mais, mais do mesmo. Li várias de seus livros. Emprestei alguns, comprei outros. 
Recentemente, em uma semana de férias, retomei meu contato com a delíciosa literatura produzida aqui: do lado de baixo do Equador. 
Primeiro com o romance "A trégua" de Mario Benedetti. Segundo ele, o amor pode ser uma trégua. Impossível não concordar. Penso que o amor é o que, de fato, nos dá a sensação de estarmos vivos. E, geralmente, ele nos surge quando menos esperamos. Numa conversa despretenciosa. Num sorriso que se encontra. Num olhar que se conecta. Em duas ou mais vidas que se encontram. E nos instantes em que dura o amor, é sempre, sempre mesmo,  um "descanso na loucura 
do mundo".
Numa dessas tardes chuvosas de outubro, caminhando por um lugar maravilhoso para onde fui nessas férias, a tempestade levou-me até "Tia Júlia e o escrivinhador" de Mário Vargas Llosa. Uma edição antiga, do "Círculo do livro", fez-me lembrar de uma tia que perdi recentemente e que foi, em parte, responsável por esse prazer que ainda hoje encontro na leitura. Era assinante do Círculo e sempre estava lendo alguma coisa. 
Alterando outra improvável história de amor às rocambolescas novelas de rádio, o autor constrói um romance de iniciação: um jovem que se apaixona por uma mulher mais velha. Passei algumas noites devorando o livro, com medo de que as férias acabassem antes das páginas. Como alguns amores, que queremos sorver com toda intensidade, sabendo que o desejo, a vontade e o prazer da convivência podem um dia acabar. E, às vezes, acabam.
Há muito tempo tenho esperado pela leitura de "As travessuras da menina má". E agora, em tempos de internet, pude "baixar" o livro e ler em meu mais novo brinquedo: um livro digital.
Lindo. Mais uma narrativa belíssima. 
Travessa, cruel, engraçada, corajosa, sofredora, intensa. A menina do título vira do avesso a vida de um homem metódico, para quem a vida podia ser totalmente previsível. Acabei ontem, pensando que alguns amores, quando não nos destróem, certamente tornam-se matéria para deliciosos romances. Como esse.

Um comentário:

  1. Oi Denise sou tradutor de literatura latino americana e gostaria muito que conhecesse o meu blog pessoal sobre literatura, mini ficção, memoria.
    Obrigado, um abraço.

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