segunda-feira, 31 de agosto de 2009

Ficções - Jorge Luís Borges - Abril Cultural, 1972


Ganhei esse livro há um tempo atrás. O conto "A Biblioteca de Babel" foi o primeiro que li e um dos que mais me marcou. A pessoa que me deu esse livro foi quem me apresentou ao maravilhoso mundo do Borges. Tudo culpa dela. 
Depois disso, vieram outros contos do mesmo livro e mais alguns que "baixei" pela internet.
Nessa semana, reli a"A Biblioteca de Babel" e novamente fui tocada pela beleza das palavras desse escritor maravilhoso.
A ideia de que o universo possa ser uma biblioteca é, no mínimo, incrível.
Pensar que talvez seja possível que todas as histórias da humanidade estejam contidas em volumes que se dispõem infinitamente, em linguagens que sequer conhecemos é uma loucura deliciosa.
Sabe, na primeira vez em que li esse conto, pensei  que visitando a biblioteca nós podemos nos deparar com a história da nossa vida mas, se não entendermos a língua ou combinação de letras na qual ela foi escrita, esse livro será um livro como outro qualquer. Exceto pela singularidade de conter a nossa história.
Logo, dá para pensar que somos só mais um livro nessa biblioteca. E, no entanto, somos únicos.
Outra coisa que acho demais nesse conto, é a ideia que existe um Homem do Livro, que conhece toda a biblioteca. Estamos sempre procurando alguém ou alguma coisa que nos explique nosso lugar nesse universo. Não é demais isso?
E o fato de ninguém ter encontrado esse cara, não significa que ele não exista. Pois, a biblioteca é infinita e, talvez, em algum corredor ele esteja folheando o livro total . "Que o céu exista, embora meu lugar seja o inferno. Que eu seja ultrajado e aniquilado, mas que num instante, num ser, Tua enorme Biblioteca Se justifique."
Pensar que o universo seja esse espaço de leitura infinito é uma ideia tão linda...
Será que uma pessoa que não seja apaixonada por leitura conseguiria apreender as possibilidades que essa fantasia encerra? Não sei. Minha solidão, assim como a de Borges, alegra-se com essa esperança.
Delicioso. Profundo. Intensamente verdadeiro.
P.S. Outro conto que adoro é "O Jardim dos caminhos que se bifurcam". Mas, esse fica para outro post.