E se tudo não passasse de um sonho?
E se todos nós fizermos parte do desejo, da lembrança ou até mesmo da histeria de alguém?
E se isso tudo for possível, como e quando é hora de acordar?
Mais uma vez, Christopher Nolan faz um filme daqueles que prendem o fôlego, nos deixam cheios de interrogações e com pouquíssimas respostas.
Usando o cinema para falar de sonhos, o diretor faz pura metalinguagem. Com toda tecnologia de que dispomos atualmente, na tela todos os mundos podem existir. E no universo de Nolan, há sempre muito sobre o que pensar.
Achei brilhante o modo como o filme ilustra o funcionamento da mente: esse labirinto exclusivo que criamos a partir de todas as experiências que vivemos - conscientes ou não. As defesas que nos protegem de outras realidades, as lembranças que aprisionamos em andares abandonados, os segredos que guardamos de nós mesmos, as mentiras que nos contamos...
Como um quadro de Dali, onde nada faz sentido e ao mesmo tempo tudo é pura integração, entrar na mente dos personagens do filme é uma viagem que nos faz pensar sobre nosso próprio mundo. Sobre as imagens que fizemos surgir para tornar a realidade possível.
Vivemos em um constante paradigma: Sem sonhos, tudo aqui talvez fosse muito difícil. Sem saber a verdade, só teríamos a sombra.
Há uma linha tênue que divide esses dois universos paralelos. Atravessá-la, para alguns, pode significar um salto para a loucura.
Para aqueles que se lançam em outras direções pode ser um primeiro passo em busca da liberdade, da individualidade. Um mergulho para poucos.
Para ver e rever. E sonhar.
sexta-feira, 13 de agosto de 2010
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