quinta-feira, 22 de janeiro de 2009
Diário de um apaixonado - Sintomas de um bem incurável - Fabrício Carpinejar - Mercurio Jovem
Um dos problemas de ser apaixonada por leitura é a atração irresistível que as livrarias exercem sobre a gente.
Comigo é sempre assim: entro para ver. SÓ PARA VER. E sempre, SEMPRE saio com alguma coisa.
Algumas vezes, chego com um interesse específico. À procura de um determinado título e, até encontrá-lo, já descobri muitos outros e lá se vai mais um livrinho!
O problema é que eles colocam tudo ali: à disposição. Fácil, fácil. Como doces, deliciosas sobremeses (para quem gosta delas). Aí complica.
Foi assim que encontrei esse livro: "Diário de um apaixonado - Sintomas de um bem incurável", sorrindo, maliciosamente, para mim lá de uma das prateleiras da tentadora seção de livros infantis da Livraria Cultura.
Além do título, chamou minha atenção o autor: Fabrício Carpinejar.
Há muito tempo atrás fui apresentada ao seu blog pela Dé, irmã da Cris Tavares. E adorei os seus textos.
No caso desse livro, o tema é desafiador e o risco de cair no clichê é grande.
Mas, não é o que acontece.
Fabrício define alguns comportamentos desse estado de um jeito divertidíssimo. Me identifiquei com muitas delas:
"O apaixonado é um comovido à toa."
"Ele larga seus hábitos,para conhecer verdadeiramente quem ele gosta. Faz greve de sua personalidade." (E não é verdade?)
"O apaixonado faz de conta que não está amando para se surpreender com a notícia."
"...por que os apaixonados saem para jantar se não comem?"
"O homem está apaixonado quando explica sua infância. A mulher quando não fala mais dela."
"Passa a se amar menos, para que o amor-próprio não rivalize com sua paixão". (Essa é ótima)
"Todo apaixonado sofre de prisão de ventre."
"O celular do apaixonado está fora da área de cobertura ou desligado."
E a mais deliciosa de todas:
"O apaixonado gosta de saber se o par está sentindo o que ele está sentindo, mas precisa ser igualzinho." (Essa é para nós, mulheres.)
Para ler, rir e desejar a paixão sempre.
terça-feira, 20 de janeiro de 2009
O curioso caso de Benjamin Button
Como a maior parte de vocês deve ter visto na mídia, o filme conta a história de um homem que já nasce velho e, com o passar do tempo, vai tornando-se jovem.
Tem dois dos melhores atores dessa geração- Cate Blanchett e Brad Pitt - em atuações maravilhosas, um roteiro sensível e bem amarrado.
Baseado em um conto homônimo de F. Scott Fitzgerald, o caso é realmente curioso.
Mas, para mim, a história vai muito além disso.
Em todas as matérias que li sobre a obra, os críticos fizeram questão de ressaltar a duração do filme. Sim, são 166 minutos.
Já não se fazem mais longas assim...
Engraçado.
O tempo é justamente o mote do enredo.
Saí do cinema emocionada. (Ultimamente, tem sido assim. E tenho achado ótima essa mudança.)
A história é linda. É contada a partir das inúmeras personagens que cruzam a vida do protagonista.
Mostra que os fios da nossa narrativa são tecidos em meio a tantos encontros e desencontros. E são as relações que construímos que dão forma à nossa existência.
O curioso caso de Benjamin Button poderia ser a experiência de qualquer um de nós. Exceto pela excentricidade de se ter 80 anos ao nascer.
Como alguém muito sábio já disse: "leva-se muito tempo para tornar-se jovem..." E, em alguns casos, como no de Benjamin, muito anos se passam até que essas duas grandezas tão contraditórias - tempo e amor - possam, finalmente, se encontrar.
A princípio, pensar na idéia de rejuvenecer com o passar dos anos parece bastante sedutor.
Só que a gente esquece que o grande lance não é mudar a direção do tempo. Mas, controlar sua intensidade. E talvez seja mais simples do que parece.
Como a gente faz isso? Não sei.
Para o protagonista, algumas pessoas são artistas, outras são atingidas por raios e outras, para experimentar toda a intensidade da vida, simplesmente, dançam.
O Curioso Caso de Benjamin Button - Assisti em 20 de janeiro de 2009.
(The Curious Case of Benjamin Button , EUA 2008 / Brasil 2009 - 166 min)
Tem dois dos melhores atores dessa geração- Cate Blanchett e Brad Pitt - em atuações maravilhosas, um roteiro sensível e bem amarrado.
Baseado em um conto homônimo de F. Scott Fitzgerald, o caso é realmente curioso.
Mas, para mim, a história vai muito além disso.
Em todas as matérias que li sobre a obra, os críticos fizeram questão de ressaltar a duração do filme. Sim, são 166 minutos.
Já não se fazem mais longas assim...
Engraçado.
O tempo é justamente o mote do enredo.
Saí do cinema emocionada. (Ultimamente, tem sido assim. E tenho achado ótima essa mudança.)
A história é linda. É contada a partir das inúmeras personagens que cruzam a vida do protagonista.
Mostra que os fios da nossa narrativa são tecidos em meio a tantos encontros e desencontros. E são as relações que construímos que dão forma à nossa existência.
O curioso caso de Benjamin Button poderia ser a experiência de qualquer um de nós. Exceto pela excentricidade de se ter 80 anos ao nascer.
Como alguém muito sábio já disse: "leva-se muito tempo para tornar-se jovem..." E, em alguns casos, como no de Benjamin, muito anos se passam até que essas duas grandezas tão contraditórias - tempo e amor - possam, finalmente, se encontrar.
A princípio, pensar na idéia de rejuvenecer com o passar dos anos parece bastante sedutor.
Só que a gente esquece que o grande lance não é mudar a direção do tempo. Mas, controlar sua intensidade. E talvez seja mais simples do que parece.
Como a gente faz isso? Não sei.
Para o protagonista, algumas pessoas são artistas, outras são atingidas por raios e outras, para experimentar toda a intensidade da vida, simplesmente, dançam.
O Curioso Caso de Benjamin Button - Assisti em 20 de janeiro de 2009.
(The Curious Case of Benjamin Button , EUA 2008 / Brasil 2009 - 166 min)
Por que esse diário?
Desde muito cedo as palavras povoaram minha vida.
Do primeiro sorriso, às pequenas sílabas que aos poucos tomaram significado nos infinitos monólogos que travei ainda bebê.
Numa casa cercada de tantas conversas cruzadas, as histórias, de um certa forma, me aproximaram da família tão distante deixada para trás junto aos terreiros repletos de abacaxis e pés de mangas majestosos de um Nordeste tão mágico quanto a Macondo de Garcia Márquez. Elas construíram minha identidade.
Os apelidos dos parentes, as narrativas das aventuras vividas na chegada à cidade grande, as histórias fantásticas de meu avô nas terras indígenas, os encontros e desencontros que resultaram no casamento dos meus pais.
Tudo. Tudo sempre foi leitura. E o mundo estava ali. Para ser aberto. Lido e sentido.
Foi entao que meus irmãos mais velhos descobriram outras letras na escola.
E eu, sedenta por todas as possibilidades que se abriam a partir dessa aventura vivida por eles, percebi que além da magia experimentada pela minha própria família, havia muitos outros mundos possíveis e impossíveis por dentro dos quais eu poderia viajar.
Nas fábulas e parábolas narradas por minha mãe antes de dormir, aos livros sempre recebidos de presente nas datas especiais eu me encontrei e me perdi tantas vezes...
Pouco a pouco a leitura foi se transpondo para o meu mundo. E as conversas sobre personagens conhecidos, passaram a ser também sobre a fantasia experimentada nos livros, jornais e revistas comprados por meu pai, nos romances lidos por minha mãe e minhas tias, nos quadrinhos docemente saboreados por meu irmão, nas leituras obrigatórias da escola sempre tão penosas para minha irmã. Tudo era experimentado. Fundava-se ali uma comunidade de leitores.
Hoje, quando parte do meu trabalho é construir pontes para que tantas outras pessoas possam compartilhar suas impressões sobre as palavras, as imagens e os sons que as provocam, surge a idéia desse diário.
Sim, porque agora as histórias - mais do que nunca - são parte da minha vida. Do meu mundo.
Elas dizem muito do que sou. Daquilo que sinto e da forma como vivo a experiência de ser humana.
E aqui, nesse espaço, quero dividir com vocês, leitores amigos e desconhecidos, minhas aventuras sobre os livros, filmes e imagens com os quais conviverei a partir de hoje.
Nada do que for dito aqui será definitivo. Porque as leituras mudam sempre. E os leitores também.
Aí reside a magia das histórias. Os dramas, as experiências humanas quase sempre são atemporais e também mutantes. Algumas vezes, fascinantes. Outras, ridículas. E por isso mesmo, cheias de vida.
Proponho que experimentemos um pouco disso juntos.
Sinta-se convidado a opinar sobre suas próprias experiências e conhecer um pouco da criação humana em suas mais variadas formas.
Enfim, seja bem-vindo ao meu diário de leituras!
Do primeiro sorriso, às pequenas sílabas que aos poucos tomaram significado nos infinitos monólogos que travei ainda bebê.
Numa casa cercada de tantas conversas cruzadas, as histórias, de um certa forma, me aproximaram da família tão distante deixada para trás junto aos terreiros repletos de abacaxis e pés de mangas majestosos de um Nordeste tão mágico quanto a Macondo de Garcia Márquez. Elas construíram minha identidade.
Os apelidos dos parentes, as narrativas das aventuras vividas na chegada à cidade grande, as histórias fantásticas de meu avô nas terras indígenas, os encontros e desencontros que resultaram no casamento dos meus pais.
Tudo. Tudo sempre foi leitura. E o mundo estava ali. Para ser aberto. Lido e sentido.
Foi entao que meus irmãos mais velhos descobriram outras letras na escola.
E eu, sedenta por todas as possibilidades que se abriam a partir dessa aventura vivida por eles, percebi que além da magia experimentada pela minha própria família, havia muitos outros mundos possíveis e impossíveis por dentro dos quais eu poderia viajar.
Nas fábulas e parábolas narradas por minha mãe antes de dormir, aos livros sempre recebidos de presente nas datas especiais eu me encontrei e me perdi tantas vezes...
Pouco a pouco a leitura foi se transpondo para o meu mundo. E as conversas sobre personagens conhecidos, passaram a ser também sobre a fantasia experimentada nos livros, jornais e revistas comprados por meu pai, nos romances lidos por minha mãe e minhas tias, nos quadrinhos docemente saboreados por meu irmão, nas leituras obrigatórias da escola sempre tão penosas para minha irmã. Tudo era experimentado. Fundava-se ali uma comunidade de leitores.
Hoje, quando parte do meu trabalho é construir pontes para que tantas outras pessoas possam compartilhar suas impressões sobre as palavras, as imagens e os sons que as provocam, surge a idéia desse diário.
Sim, porque agora as histórias - mais do que nunca - são parte da minha vida. Do meu mundo.
Elas dizem muito do que sou. Daquilo que sinto e da forma como vivo a experiência de ser humana.
E aqui, nesse espaço, quero dividir com vocês, leitores amigos e desconhecidos, minhas aventuras sobre os livros, filmes e imagens com os quais conviverei a partir de hoje.
Nada do que for dito aqui será definitivo. Porque as leituras mudam sempre. E os leitores também.
Aí reside a magia das histórias. Os dramas, as experiências humanas quase sempre são atemporais e também mutantes. Algumas vezes, fascinantes. Outras, ridículas. E por isso mesmo, cheias de vida.
Proponho que experimentemos um pouco disso juntos.
Sinta-se convidado a opinar sobre suas próprias experiências e conhecer um pouco da criação humana em suas mais variadas formas.
Enfim, seja bem-vindo ao meu diário de leituras!
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